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POEMAS E CONTOS

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CONTO DE NATAL 

    Era uma vez uma criança muito pequenina. Não tinha nada que vestir, nada que comer. Esta menina não tinha nome, não tinha pai nem mãe, nem sequer amigos com quem brincar

 Um dia, quando chovia muito, a menina teve frio mas não tinha sapatos para cobrir os pés, nem umas meias de lã para os aquecer. Tremeu de frio…

Roupa não tinha, … ou melhor, tinha um farrapo de sarja suja mas não sei dizer qual era a cor, não se conseguia perceber.

A menina chorava mas ninguém a ouvia. Dentro das casas, as famílias, felizes, comiam grandes manjares, riam, estavam coradas e muito quentinhas. Ninguém via a menina, ela espreitava muito tímida pelos vidros esperando que alguém a chamasse e lhe dissesse:

- Olha, vem comer, vem aquecer-te junto a nós.

 Mas, mais do que fome ou frio, a menina tinha vontade de brincar com os meninos que se divertiam com os seus ricos brinquedos. Tinha vontade de beijar, tal como aqueles, as faces rosadas daqueles pais que riam e afagavam os seus filhos.

- Mamã, gosto muito de ti, papá, adoro-te – diziam as crianças soltando brados de alegria.

A menina observava tudo e os seus músculos faciais moveram-se. Não lhe posso chamar sorriso porque não o era. Esta expressão era a vontade que a menina tinha de rir mas já não lhe restavam forças para tal.

Decidiu então sair da frente daquela casa quente e inundada de alegria. Continuou a passear pela rua, não era passear talvez eu me tenha enganado, era vaguear.

E chorou, não tinha forças mas chorou e desejou que o mundo não tivesse mais filhos como ela, que todas as crianças fossem felizes e tivessem pais e irmãos que os afagassem.

Parou de chover e a menina sorriu… Desta vez posso dizer que sorriu de verdade, já não era o seu corpo mas o seu espírito, ela já não tinha corpo, porque este havia viajado há instantes. A menina estava feliz, já não teria mais fome nem frio.Agora sim, alcançara a felicidade. Dentro da casa quentinha e farta a mãe dizia:

- Onde estará a minha filhinha, que um dia tive que entregar à sorte por não ter um lar para lhe dar?

 


Alma de Pedra

 Da vida nasce um sopro e corre um vento teimoso que teima em partir-me a alma que queima num impertinente fogo o sofrimento, a dor… num jogo. As nuvens levam-me os pensamentos e as rochas, como um braço amigo, envolvem-me em doces e calmas luas e fazem-se para mim um abrigo. Ó minha terra, pássaros que voais num céu que se ilumina e incendeia o meu coração que a vida inteira nunca abandonou lugares que me enfeitiçaram. Voa bem alto alma minha, corre como um selvagem pelos montes e rochedos que acalmam. Voa, voa, vai! Não tenhas medo, que a terra que te criou não morre, ainda é cedo.

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